quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Reflexões Madrucalescas [onde nada precisa fazer sentido]
É uma coisa meio absurda, nessa vida ~~~ tão curta! ~~~ buscar formas de matar o tempo.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
domingo, 2 de setembro de 2012
~~~
Nas linhas mudadas no rosto cansado, tarde da noite em meio aos lençóis, solitária visita que não está lá. Pensas em mim por eu não estar aí, pensas em mim por querer que estivesse ao seu lado.
Volta, volta, dar mais uma volta. Mata-se assim o tempo que nos distancia. Volto, volto, um dia volto. Assim posso matar a distância que nos ataca.
Sinto que sentes o que não podes sentir. Sinto que sentes o que não queres sentir. E nesse querer maldito, encontras refúgio no resgate vívido da memória.
Lábios que mudam os rostos cansados. Sorrimos. Lembro de ti, como lembras de mim.
domingo, 12 de agosto de 2012
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Isso de se sentir à vontade traz à tona uma nova realidade, onde simplesmente nos aceitamos como somos. Não cobramos mais uma perfeição inconsistente com nossos defeitos. Ou, então, vemos perfeição justamente em nossos defeitos; aquilo que nos torna diferentes e, portanto, únicos.
Pensando nos defeitos, percebo que, às vezes, eles não só não afastam os outros como, pasmem!, são justamente o que há para gostar em nós. Deixamos de ser bonecos e, no inusitado, causamos surpresas que geram gargalhadas ou confortos suaves; posicionamentos perdidos são resgatados na expressão do defeito do outro.
Pensando nos defeitos, percebo que, às vezes, eles não só não afastam os outros como, pasmem!, são justamente o que há para gostar em nós. Deixamos de ser bonecos e, no inusitado, causamos surpresas que geram gargalhadas ou confortos suaves; posicionamentos perdidos são resgatados na expressão do defeito do outro.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
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Temo
encontrar-lhe; será que ainda se lembra de tudo que te disse um dia? Se
pudesse, faria como o avestruz; e colocaria minha cabeça dentro da terra. Ali
ficaria até que a vergonha de te encontrar fosse embora – se é que um dia
conseguirei olhar em seus olhos novamente.
Conto-lhe
sobre uma história que escrevi. Inspirada em você, nunca lhe mostrarei o que
realmente sinto. Tive que fazer uma escolha e agora convivo com ela todos os
dias; mas não me arrependo um segundo sequer.
Algumas coisas
não são feitas para o mundo real: elas perderiam seu encanto. Gosto de viver no
meu mundo de magia – a realidade nunca poderia ser tão boa. Ou poderia? Será
que ao isolar-me não estou perdendo a chance de sentir de verdade, de viver de
verdade?
Um dia,
talvez, eu esteja preparada para sair da minha concha. Só aí poderei responder
a essa questão; se é que um dia poderei. Minhas incertezas parecem superficiais
não fossem tão intensas e reais – prometo-lhe que sou o mais sincera que posso.
Algumas coisas
não são feitas para serem compartilhadas: talvez meus sentimentos façam parte
desse agrupamento preguiçoso.
Dilacerado
Dilacerado, como os cacos quebrados da taça
Noite, noite, mas que noite!
Pouco me lembro, pouco fiz
Mas quanto desejei
Aquele doce vinho em meus lábios
Dá brecha a uma nova eu
Que faz o que não quer
Só por saber poder
Ouço o miado da noite
Vindo naquele vento frio e sofrido
Que me acorda de minha embriaguez
E me leva de volta
Em casa estarei segura
Cercada pela minha própria opressão
Deito a cabeça no meu braço dolorido
Durmo, então, esquecida
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Fronteira
Às vezes eu perco a linha que separa a ficção da realidade. Até onde o que vivo não foi inventado pela minha mente?
Se inventei tudo que vivo, então fico feliz por conseguir imaginar; para mim, a imaginação é o que há de mais puro na manifestação da ingenuidade genuína.
Por outro lado, se tudo acontece como acho que acontece, vivo numa novela em que o roteirista está drogado; explicação mais lógica que encontrei.
Preencho as lacunas do que não sei da forma mais interessante que consigo pensar. Dessa forma, tudo ganha uma graça e, enfim, viver não é mais tão chato.
Se inventei tudo que vivo, então fico feliz por conseguir imaginar; para mim, a imaginação é o que há de mais puro na manifestação da ingenuidade genuína.
Por outro lado, se tudo acontece como acho que acontece, vivo numa novela em que o roteirista está drogado; explicação mais lógica que encontrei.
Preencho as lacunas do que não sei da forma mais interessante que consigo pensar. Dessa forma, tudo ganha uma graça e, enfim, viver não é mais tão chato.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Público
Penso coisas que não tenho coragem de dizer, escrevo contos que não tenho coragem de publicar.
Se você soubesse, talvez deixasse de me amar.
Se você soubesse, talvez deixasse de me amar.
Paralelo
Às vezes me pego pensando se as coisas seriam diferentes se tomasse diferentes escolhas. Acabo por ficar curiosa sobre como é essa realidade paralela, onde aquilo que não desejo explicitar foi explicitado, aquilo que não fiz foi feito.
domingo, 17 de junho de 2012
...
Aquele pássaro maldito que cantava os desamores da noite pousou na árvore já morta, gritante, desgostante. Acho que havia bebido demais: as nuvens iluminadas pela luz da lua dançavam enquanto os suspiros pareciam cantos de ópera ao fundo. Na terra dos esquecidos, o insano até que está bem.
Levantei-me do chão úmido, com a grama pinicando minhas costas. Só quero ir me despedir, mas cada passo parece tão longe. Olhei para uma garrafa de vinho pela metade que estava no chão. Com um só movimento, agarrei a garrafa com as mãos imundas de terra e bebi aquele líquido vagabundo de um só gole. Ainda me lembro de sentir pequenas folhas escorrendo enquanto me anestesiava. De tanto sentir, já não sentia mais.
Nunca fui uma peça de quebra-cabeças, pois nunca me encaixei. Mas isso só parece resmungo de um adolescente rebelde que acha, sem propósito algum, que o mundo é uma merda. Talvez ele realmente seja, mas não posso negar que me sentia assim. De certa forma, estava diferente. Minhas muitas facetas - num número exagerado para uma persona só - eram mostradas conforme a música pedia.
Tinha desenvolvido o dom de reconhecer que máscara usar em cada situação r me sentia confortável em ser mai de um, finalmente. Era preciso se adaptar, mudar opiniões e costumes, mesmo que fosse apenas para fingir que pertencia a algum lugar.
O violão tocava aquelas baladas bobas daqueles que sonhavam, um dia, em serem hippies. Tudo besteira. Por que acham isso, ainda, é contra-cultura? Se fazem poses, bocas, gestos, na tentativa de viver uma vida desregrada, mas não vejo uma angústia sincera, necessária a essas situações. Suas lutas mais parecem ter sido cuspidas de um filme cult - não que eu fosse diferente.
A ultraviolência invade meu coração e me aproximo daquela roda com vontade de chutar aquele violão pelo morro abaixo, pegar uma brasa que queimava na fogueira mal acesa e queimar a mão sentindo o calor me consumir. Mas, como o covarde que sou, me contento em anunciar que iria embora daquele lugar tedioso naquele instante.
Não sei se me ouviram, mas meu pronunciamento não gerou reação alguma. Inesperadamente, dividi-me em exigir uma atenção que não me foi dada e simplesmente mandar todo mundo ir se fuder e sair de lá para sempre, nunca mais voltar. Precisava de novos ares, novas pessoas, novas experiências. Aquela minha vida já não me bastava.
Sem olhar pra trás, fui embora pensando no que mudaria a partir daquele instante. Eu poderia arranjar um trabalho, mas já aguentem burros chefes prepotentes tempo demais. A não ser que não tivesse dinheiro, não ia ser a opção escolhida. Cheguei em casa estranhamente tranquilo para os sentimentos intensos que estava experimentando, talvez por estar extremamente embriagado. Sem aquelas roupas pesadas, me joguei nu na cama, aliviado. Dormi como um bêbado naquele dia.
__________________
No dia seguinte, acordei com o sol entrando pelas frestas da janela quebrada. Sentia uma sede imensurável e, enquanto caminhava até a geladeira, olhei ao redor e vi o apartamento sujo e pequeno que morava. Todas as minhas coisas estavam espalhadas. Puta que pariu! A louça da pia atraía moscas enebriadas pelo calor. Um ventilador soprava pó para todos os lados, me fazendo espirrar. Fui obrigado a abrir a janela e ver o dia claro lá fora. Não imaginava que horas eram.
Pouco me importava, também. O ônibus não passa na hora, as aulas duram mais que o planejado, provando que o tempo dilata. Sim, dilata à medida que minha consciência viaja entre realidades paralelas criando histórias e idéias que servem só para dar mais uma graça a essa cidade cinza. Vesti a camisa preta com cheiro estranho e me lembrei que precisava lavar roupa; só mais uma coisa na lista daquilo que me dá preguiça. Saí apressado fingindo me importar com o atraso e o bafo quente do calor me deu vontade de voltar para o apartamento: mais ainda, me deu vontade de fugir para a Islândia. Será que na Islândia eles tinham relógios por todos os lados para saber se era dia ou noite?
Pouco me importava, também. O ônibus não passa na hora, as aulas duram mais que o planejado, provando que o tempo dilata. Sim, dilata à medida que minha consciência viaja entre realidades paralelas criando histórias e idéias que servem só para dar mais uma graça a essa cidade cinza. Vesti a camisa preta com cheiro estranho e me lembrei que precisava lavar roupa; só mais uma coisa na lista daquilo que me dá preguiça. Saí apressado fingindo me importar com o atraso e o bafo quente do calor me deu vontade de voltar para o apartamento: mais ainda, me deu vontade de fugir para a Islândia. Será que na Islândia eles tinham relógios por todos os lados para saber se era dia ou noite?
[continua]
sábado, 16 de junho de 2012
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No lábio cortado vejo um sangue seco, ultrapassado, lembrando da noite que não deveria ter existido. Numa sensação de destruição, penso no quão confusas têm sido minhas ações. Será que minhas escolhas seguiram o mesmo caminho?
Arrependimentos que não exigem culpas não-ditas procuram espaço para brotar, mas não conseguem. O solo está infértil agora.
Arrependimentos que não exigem culpas não-ditas procuram espaço para brotar, mas não conseguem. O solo está infértil agora.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Cósmico
Aquele vento que soprava na porta do sobrado amarelo, jogava as folhas que anunciavam uma mudança iminente. Em meio àquelas palavras de humor, sorrisos encantados jorravam no ar. Como se o universo quisesse que permanecessem enfeitiçados, lançou uma brisa para tranquilizar o abrupto amanhecer. Ainda vadios, vagavam sérios em seus pensamentos esclarecidos pela luz que o Sol trazia.
Mas em um verdadeiro conto de fadas, mesmo que efêmero, a magia não pode ser destruída, acabar pura e crua, interrompida pelo tempo causador da sua própria construção. Novamente o universo, vendo a despedida que se delineava, interveio com suas águas geladas, tentando impedir que o Sol se manifestasse; acabou forçando todas as criaturas a se esconderem.
Exaustos e embriagados, seus corpos repousam no colchão macio, enrolados nos panos que encobrem as entranhas e esquentam os pés descalços. O silêncio adentra o espaço, separando os olhares que se evitavam, receosos, naqueles segundos infindáveis. Na fragilidade do instante, os desconhecidos poderiam arruinar o que a noite construiu. Nada esperavam, não se via movimento algum.
Do toque inesperado, dedos tímidos passeiam pelas peles contraídas. Numa busca iniciada de uma nova magia percebida, materializou-se uma excitação ocultamente platônica. Naturalmente, os corpos invadidos pelo feitiço agora reconhecido se entregavam, ao mesmo tempo tranquilos e afoitos.
Uma poeira cósmica forra os lençóis desgrenhados, enquanto o dia não é mais impedido de nascer. Carinhos trocados não semeiam a terra e, enfim, o mundo volta a seu eixo. O encanto se transforma em lembrança e os encantados, amigos como nunca sonharam.
Mas em um verdadeiro conto de fadas, mesmo que efêmero, a magia não pode ser destruída, acabar pura e crua, interrompida pelo tempo causador da sua própria construção. Novamente o universo, vendo a despedida que se delineava, interveio com suas águas geladas, tentando impedir que o Sol se manifestasse; acabou forçando todas as criaturas a se esconderem.
Exaustos e embriagados, seus corpos repousam no colchão macio, enrolados nos panos que encobrem as entranhas e esquentam os pés descalços. O silêncio adentra o espaço, separando os olhares que se evitavam, receosos, naqueles segundos infindáveis. Na fragilidade do instante, os desconhecidos poderiam arruinar o que a noite construiu. Nada esperavam, não se via movimento algum.
Do toque inesperado, dedos tímidos passeiam pelas peles contraídas. Numa busca iniciada de uma nova magia percebida, materializou-se uma excitação ocultamente platônica. Naturalmente, os corpos invadidos pelo feitiço agora reconhecido se entregavam, ao mesmo tempo tranquilos e afoitos.
Uma poeira cósmica forra os lençóis desgrenhados, enquanto o dia não é mais impedido de nascer. Carinhos trocados não semeiam a terra e, enfim, o mundo volta a seu eixo. O encanto se transforma em lembrança e os encantados, amigos como nunca sonharam.
Os ponteiros
giram mais rápido, como se o tic-tac do relógio acompanhasse os corações
acelerados. Respiração cada vez mais intensa à medida que as mãos se aproximam
do toque tão antecipado pelos batimentos que bombeavam energia por todo corpo.
Longe de ser a primeira vez, tantos anos se passaram, mas nem mesmo os dias
conseguiram desacelerar os corações apaixonados, abafar os risos soltos,
diminuir o prazer do abraço da pele; agora, uma só.
O vento que
bate na janela anuncia a chegada da chuva dos amantes; aquele empurrão cósmico
para tentar desacelerar o momento que parece escorregar por entre os ponteiros,
tentando ajudar a congelar, mesmo que por alguns instantes, o amor em sua forma
mais pura, prestes a se mostrar cru.
Nada mudou,
mas tudo mudou. Tantos anos se passaram e eles ainda estavam lá, diferentes,
mas ainda iguais. Apegados ao que de mais belo conheceram, semeando uma
felicidade simples e completa que não inspiraria nenhum poeta. Mas os melhores
romances não são narrados, não precisam ser embelezados com as palavras do
poeta. A sua perfeição só faz uma exigência: os melhores romances devem ser
vividos.
Romeu e
Julieta não viveram seu amor como Sartre e Simone. Na simplicidade da paixão
que faz os apaixonados se encontrarem como personas num mundo tão caótico não
há tempo. As regras se vão como linhas desenhadas no papel, pois a realidade é
outra: de tão profunda, todo o mais parece virtual.
[Você é minha
realidade. Ontem, agora, sempre.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Golpe
Sinto uma dualidade eterna entre mente e corpo, razão e emoção:
Minha mente quer controlar, oprimir.
Meu corpo quer reagir, se rebelar.
Minha razão quer estar certa, mandar e desmandar.
Enquanto, como qualquer oprimido, minha emoção reage instintivamente dizendo "não".
Pura rebeldia.
Precisam aprender a conviver, a entender que sou uma anarquia, não uma ditadura.
O fascista dentro de mim que brinca descontrolado será derrubado.
Num golpe de proporções épicas e quânticas, surge um novo começo.
Talvez assim eu consigo compreender o quão bom pode ser gostar de gostar de mim.
domingo, 29 de abril de 2012
~~~
Não tolero suas fraquezas
[quaisquer que sejam
Por receio de enfrentar
[minhas próprias
Como se ao olhar o espelho
Pudesse me derreter
[quaisquer que sejam
Por receio de enfrentar
[minhas próprias
Como se ao olhar o espelho
Pudesse me derreter
domingo, 22 de abril de 2012
Pequeno Leão
Tão tranquilo
Animal
Tão fingido
Ao ataque
Tão fugido
Acuado
Tão fundido
Dançamos...
[Para onde foi o meu rugido?
Animal
Tão fingido
Ao ataque
Tão fugido
Acuado
Tão fundido
Dançamos...
[Para onde foi o meu rugido?
Inesperado
Do inesperado extraio horas de prazer
Ainda que as compare a você
Do inesperado extraio uma leveza
Daquelas que nenhuma beleza
Poderia sustentar
Ah! O inesperado
Chega sem bater
E num sutil movimento
Faz acontecer
Ainda que as compare a você
Do inesperado extraio uma leveza
Daquelas que nenhuma beleza
Poderia sustentar
Ah! O inesperado
Chega sem bater
E num sutil movimento
Faz acontecer
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Assim, assado
E essa dualidade entre razão e emoção, travando batalhas épicas, brincando com meu ser?
Quero e sinto ao mesmo tempo, no meu tempo, a contratempo.
Como quando chego em casa e tudo que quero é pegar um bom livro e me jogar na cama cobrindo-me de silêncio, mas, ao mesmo tempo, sinto falta das risadas e das palavras cantadas.
Crio, em minha mente, um mundo literário que, jogado na realidade, não vale mais nada.
E me frustro, quando sinto um ímpeto mutante ser abafado por um cotidiano exterior.
Imagino as flores como imagino os amores e o ciúme que crio não pode ser criado no meu ideal não possessivo.
Me frustro, mais uma vez: mundo vazio que uma razão vadia tenta controlar, por que agimos assim?
Faço gráficos mentais, projeções imaginárias de um eu fictício que não sei por onde anda.
Assumo desejos, lanço importâncias, mas de nada adianta.
Talvez eu tenha sido assim, talvez nunca tenha sido assado
[numa brasa colorida.
Quero e sinto ao mesmo tempo, no meu tempo, a contratempo.
Como quando chego em casa e tudo que quero é pegar um bom livro e me jogar na cama cobrindo-me de silêncio, mas, ao mesmo tempo, sinto falta das risadas e das palavras cantadas.
Crio, em minha mente, um mundo literário que, jogado na realidade, não vale mais nada.
E me frustro, quando sinto um ímpeto mutante ser abafado por um cotidiano exterior.
Imagino as flores como imagino os amores e o ciúme que crio não pode ser criado no meu ideal não possessivo.
Me frustro, mais uma vez: mundo vazio que uma razão vadia tenta controlar, por que agimos assim?
Faço gráficos mentais, projeções imaginárias de um eu fictício que não sei por onde anda.
Assumo desejos, lanço importâncias, mas de nada adianta.
Talvez eu tenha sido assim, talvez nunca tenha sido assado
[numa brasa colorida.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Personagem
Na ponta da língua que passa eu meu pescoço, sinto o calor de seu gemido sussurrado. Já havia passado, já havia sentido. Há quanto não o via mais?
Na ponta da língua que passa em meu lombo, sinto as mãos que me tocam a coxa. Agora reproduzia, o que na hora sentia. Há quanto não sentia mais?
Na ponta da língua que passa em meus lábios, sinto o gosto doce da saliva fria. Projeto o toque que não está lá, mas que um dia espero estar. Resta quanto mais?
Na ponta da língua que passa em meu lombo, sinto as mãos que me tocam a coxa. Agora reproduzia, o que na hora sentia. Há quanto não sentia mais?
Na ponta da língua que passa em meus lábios, sinto o gosto doce da saliva fria. Projeto o toque que não está lá, mas que um dia espero estar. Resta quanto mais?
Lamparina
Como quando a gente sente
[aquele calor dentro da gente
Um fogo que acende
E nunca pára de queimar
Quando vemos reluzente
[aquele beijo indiferente
Imaginando o quê se esconde
Naquele ato de beijar
Ficção que foi sonhada
[numa noite imaginada?
Se é que não foi nada,
Aquele tempo de pulsar
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Loucura
Um dia alguém pode achar alguns papéis não publicados. Muito mais que aqueles expostos, esses papéis determinam, de certa forma, uma personalidade escondida de um louco.
Desejos sombrios esquecidos pela tinta azul; devaneios riscados, grafados pela mão trêmula. Sinais de instabilidade que não podem, quase nunca, ser revelados.
Desejos sombrios esquecidos pela tinta azul; devaneios riscados, grafados pela mão trêmula. Sinais de instabilidade que não podem, quase nunca, ser revelados.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Versinhos
~~~ Múltiplas personalidades
Incidentes bipolares
Neuroses agentes
Nas mentes poluentes
Sussurros abafados
Mudos, estupefatos
Gritos mascarados
De socorros renegados ~~~
Incidentes bipolares
Neuroses agentes
Nas mentes poluentes
Sussurros abafados
Mudos, estupefatos
Gritos mascarados
De socorros renegados ~~~
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Bobagem
Bobagens em linhas
Retas desestruturadas
Palavras vazias
Que podem levar ao nada
O tudo que se embola
No novelo emaranhado
Jogando ao vento
Aquele verso sonhado
Máquina de letras
Desenhando no papel
Nostalgia perdida
Olhando o céu
Fim que aproxima
Do efêmero sentir
Depois de exposto
Tento sorrir
Retas desestruturadas
Palavras vazias
Que podem levar ao nada
O tudo que se embola
No novelo emaranhado
Jogando ao vento
Aquele verso sonhado
Máquina de letras
Desenhando no papel
Nostalgia perdida
Olhando o céu
Fim que aproxima
Do efêmero sentir
Depois de exposto
Tento sorrir
sábado, 7 de abril de 2012
Lembrando de uma placa
IF
YOU
LOVE
ME
LET
ME
KNOW
Placa de um filme que vi, só sei que achei bonitinho.
Maldito romantismo inventado.
YOU
LOVE
ME
LET
ME
KNOW
Placa de um filme que vi, só sei que achei bonitinho.
Maldito romantismo inventado.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Primeira
Sair do tabuleiro onde jogávamos faltando peças e cair numa realidade ao mesmo tempo erotizada e impensada.
Explanação de uma amizade encantada cujas palavras voadoras precisavam se encaixar. Bolhas de mistérios estouraram trazendo um novo, não ainda delimitado, eu e você.
Ciúme vadio que se apossa de mim: já não sei se movido pelo meu próprio narcisismo ou por um desejo ilusoriamente altruísta.
Compreensíveis lágrimas que não deveriam percorrer sua face; como evocar uma mutação disforme nos seus lábios tristes?
Egoísmo corrupto de querer tudo; interrompendo conexões de sentido. Abrupta bipolaridade numa guerra de opostos.
Primeira vez te vi como o ser que imaginei, mas que não havia conhecido. Algo mudou, tudo mudou, nada mudou.
terça-feira, 27 de março de 2012
Vontade
Vontade de ser o que sou...
Vontade de não me importar com o que pensas...
Vontade de mudar o que sou...
Mas não para aquilo que desejas...
Vontade que vem e que passa...
Vontade que jamais vai embora...
Vontade que me desgraça...
Mas que não o faz agora...
Vontade de desejar...
Vontade de ter ter em meus braços...
Vontade de seus lábios beijar...
Mas que me dá embaraços..
Vontade fria que some na noite...
Vontade macia que aparece de dia...
Vontade que dura um pernoite...
Mas que não sabe se ia...
sábado, 17 de março de 2012
Infinito
As infinitas possibilidades que me assolam ao mesmo tempo que assustam, me consolam. No mar do infinito, vejo o farol que devo seguir.
Já não me afogo, já não afundo. Flutuante como uma alga vejo as estrelas que brilham e as conto. Contagem essa que me diz o tempo. Tempo esse que me dá esperança.
Na neblina que envolve as ondas agitadas vejo o infinito: o infinito estrelar, o infinito submarino. Ainda que sinta a onda agitar e que veja barcos que possam ajudar, ainda fico a mirar o farol.
Existiriam infinitas possibilidades. Mas não as vejo. Não afundo mais, não descanso mais.
Ao menos não até que chegue ao meu farol.
Já não me afogo, já não afundo. Flutuante como uma alga vejo as estrelas que brilham e as conto. Contagem essa que me diz o tempo. Tempo esse que me dá esperança.
Na neblina que envolve as ondas agitadas vejo o infinito: o infinito estrelar, o infinito submarino. Ainda que sinta a onda agitar e que veja barcos que possam ajudar, ainda fico a mirar o farol.
Existiriam infinitas possibilidades. Mas não as vejo. Não afundo mais, não descanso mais.
Ao menos não até que chegue ao meu farol.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
:/
Sabe aquela época que você tem muitos pensamentos, mas não consegue expressar nenhum?
Pois é, angustiante.
Pois é, angustiante.
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Inspiro você Por que não me espias? Espio você Por que não me copias?
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inteligência >>>> capacidade de reconhecer padrões