Nada demais

Um despertador toca. Acordo me sentindo meio zonza, que pena! tenho que sair... Levanto sem roupa da cama.

Abro a geladeira, bebo um pouco de iogurte de morango velho direto da garrafa, escovo meus dentes me olhando no espelho. Depois de uma água no corpo, coloco aquela camiseta branca e a calça do pijama que estava dormindo e saio, arrastando meus chinelos de dedo...

Começo a dirigir meu carro por aquela rua longa, reta, quase desértica.

Olho os cartazes na beira do acostamento. As eleições chegaram: candidatos sorrindo falsamente para a câmera, ao lado de seus números alucinógenos tentando hipnotizar aqueles cansados demais para perceber o truque.

Continuo dirigindo e os cartazes continuam passando velozes ao meu lado - claro, essa é apenas uma das perpectivas.

Me questiono como devo me sentir: começo pensando que a poluição visual é tremenda. Esse pensamento desenrola para a indignação de quanto lixo é produzido por esses malditos cartazes!

Penso que deveria ficar indignada com a política, me mobilizar mais...

Mas depois, quase que de repente, percebo que não importa o que eu sinta.

Essa relação entre as pessoas foi criada e está intrínseca ao indivíduo civil ocidental e a democracia representativa parece saciar a necessidade de interação interpessoal da maior parte dos indivíduos, assim como o emprego, a família ou o hobby.

De onde vem a base dessas interações?

Acho que não posso dividir muitos desses pensamentos... Melhor. Acho que não devo. Ainda não os sei expressar suficientemente para ser compreendida.

E acho que nunca saberei.

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