Coragem

A imagem que temos de nós mesmos nunca corresponde às imagens que os outros têm de nós.

Na tentativa de nos identificarmos, assumimos gostos que não nos pertencem; usamos roupas que não combinam conosco; lemos o que não nos interessa.

Talvez essa atitude tão corriqueira seja uma expressão da nossa covardia: a falta de coragem para enfrentar o mundo e os seres que nele vivem reina perante às nossas decisões.

Seria eu diferente?

Não, nem sempre. 

Tento assumir meu medo e buscar no poço da coragem um impulso que me faça continuar caminhando.

Ainda sinto medo. E muito. Quem não sente? Mas aprendi que o problema não é sentir medo, mas deixá-lo dominar.

Como Excalibur, a coragem é a espada que precisamos para enfrentar. Mas realmente vale enfrentar? Seguir vivendo como se a vida fosse uma guerra e a cada segundo temos mais batalhas a lutar?

Quero poder olhar a vista, beber uma água fresquinha e sentar à sombra para rir. 

Posso não dominar as ações do outro, posso não prever os acontecimentos futuros, posso não me preocupar tanto. Não quero provar nada para ninguém. 

Menti. Quero provar uma coisa para alguém: quero provar a mim mesma que consigo.

Esta é minha sina. 


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