I tell you this... I tell you that...

Não interessa mais o que eu fale, posso mudar minha argumentação durante ela mesma. Quem irá dizer que não posso?
Adoro uma estética do dito masculino... Dos chapéus aos ternos bem cortados, como numa cena de um filme antigo, imagino aquele lado menos plumado, menos florido da estética humana. Traços mais angulares que côncavos, formando imagens indescritivelmente militares.
Paradoxo freudiano dessa sociedade fálica, que mistura o desejo secreto pelo masculino e sua representação de poder violento, e a abominação deste mesmo masculino que pode representar a morte, a tirania.
Dualidades dentro do ser. Dualidades que não me deixam ser. Admirações pelo secreto e imundo que o racional e o belo excluem como parte do ideal. Mas nos confrontamos diariamente com essa dicotomia.
Como aquele beco que fede e ao mesmo tempo duela com o hotel de luxo, como se o meio-termo não pudesse existir. Extremos que poderiam ser confundidos com o mesmo lado, dependendo das faces analisadas.
Liberdade e moral caminham lado a lado, como se, para proteger o outro da hostilidade de mim mesmo, tivesse que aceitar uma ética social imposta. O problema é que, muitas vezes, preciso. Como preciso! Agir como um alucinado que se sente independente faz tanto ou menos sentido que seguir essas convenções para proteger os outros de nós mesmos.
Mas como nos protegermos de nós mesmos? Ciclos de auto-sabotagem, que parecem não ter um começo nem fim. Claro, são ciclos. Não adianta buscar respostas nesse vale encantado e ilusório, pois as confrontações tornam-se constantes e evidentes.
Claro, posso sempre mudar de opinião, mesmo quando já a estou defendendo. Mas de que isso interessa se, a princípio, você já não estava entendendo o que queria dizer?

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