Impenetrável

Todos os dias pela manhã, ela passa sozinha com sua calça desbotada e a camisa de flanela. Volta com seus passos lentos e o rosto sério, como se tentasse desvendar todos os segredos do universo em sua mente. Talvez ela possa. O despertador toca e vou até a janela esperá-la passar. Esfregando meus olhos, cansado, observo aquela menina que passa iluminada pelo Sol da manhã. Tenho vontade de contar histórias acerca de seus mistérios e criar contos de fadas para embalar seus sonhos. Quero saber o que ela pensa e quais são seus desejos, mas me falta coragem. Tenho receio de que minha ilusão se perca em meio a realidade.

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